sábado, 16 de junho de 2012

"Justiça" restaurativa - parte II

Tudo muito bom, tudo muito bem. Quanta simpatia, não é mesmo? Diante da prática de um delito, terá início um círculo restaurativo, tratando-se de uma "modalidade diferenciada de resposta ao crime". Como diria o cronista José Simão, "tucanaram" a impunidade! Agora ela se chama "modalidade diferenciada de resposta ao crime".

Se você, leitor amigo, se interessar em saber maiores informações, certamente perceberá que essa tal de "justiça restaurativa" parece supimpa como ela só! A parte que explica o objetivo do "círculo restaurativo", então, é uma beleza. Veja só: "O Círculo não se destina a apontar culpados ou vítimas. Busca despertar a percepção de que nossas ações nos afetam e afetam aos outros, e que somos responsáveis por seu efeitos". E a "ética restaurativa"? Apreciem: "A ética restaurativa é de inclusão e de responsabilidade social e promove o conceito de responsabilidade ativa". Deu pra entender?

Mas como funciona esse tal de "círculo restaurativo"? Ora, é muito simples: "é a reunião de pessoas diretamente envolvidas na situação de violência ou conflito, seus familiares, seus amigos e a comunidade. (...) A dinâmica ocorre em uma sala onde as cadeiras são organizadas em círculo onde terão assento o ofensor, a vítima, seus parentes e representantes da comunidade".

Para lidarmos com criancinhas em desenvolvimento, a proposta parece ótima. Tipo: Huguinho, Zezinho e Luizinho, alunos da 1ª série do ensino fundamental, se desentenderam sobre quem dos três seria o Change Pegasus, o Change Dragon e o Change Griffon na brincadeira do recreio. Por causa disso, brigaram feio, com direito a muitas bolinhas de papel arremessadas reciprocamente, alguns sopapos tão violentos quanto seria possível para crianças de 7 anos e um par de ofensas pessoais - proferidas com aquelas vozinhas infantis estridentes - do tipo "você parece mais é com a Change Mermaid, ai, ai, ai", e "você é a Change Phoenix, ui, ui, ui". A professora, então, intervém, senta os três em um cantinho da sala, explica algumas noçõezinhas básicas de convivência em comunidade, faz com que eles dêem as mãozinhas e pronto, tá tudo certo. O "círculo restaurativo" cumpriu sua missão.

Contudo, para lidarmos com criminosos, a proposta de "justiça restaurativa", além de ser um escárnio, é simplesmente o subsolo do fundo do poço.

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